Porque moro no exterior há muitos anos e porque quando a gente mora fora acaba desejando comidas que só se come em casa mesmo e porque adoro mandioquinha e porque não tem mandioquinha no hemisfério norte e porque não se pode transportar mandioquinha na mala, encontrei em um supermercado em SP, um preparado em pó para fazer pão de mandioquinha. Eba! Levei!
Preparado orgânico, feito a partir de receita de Bela Gil, com textos atrativos e promissores. (Foto da embalagem)
Esperei uma ocasião especial para fazer os pãezinhos e ela aconteceu no encontro mensal das brasileiras aqui da minha cidade. Jurei prá mim mesma seguir as instruções à risca e assim o fiz.
Coloquei o preparado em pó em uma tigela, medi bem a quantidade de àgua, 3/4 de xícara. Medi a quantidade de azeite, 50ml e comecei a misturar, amassar e a tentar obter uma massa lisa, como indicado na embalagem.
Não foi tarefa fácil, pois os amidos da preparação absorvem rápidamente o líquido e a manipulação fica mais difícil. Finalmente, após alguns minutos, considerei que a massa estava lisa o suficiente para começar a modelar os pãezinhos.
Aqueci o forno enquanto preparava a massa e coloquei os pãezinhos para assar.
Fiquei de olho. A embalagem indica o tempo de 25 minutos de forno.
Os bichinhos não cresceram muito. Ao final do tempo indicado, com alguns pãezinhos rachados ao assar, os retirei do forno e fiz uma foto.
Experimentei um, desejando sentir o gostinho da mandioquinha, mas , decepção!
Nem de longe o gosto apareceu! Dominavam os temperos aromáticos e a cúrcuma!
Nada de mandioquinha! Nada do sabor delicado da raiz...
Mesmo assim, levei os pãezinhos ã reunião, fazendo o possível para mantê-los quentinhos, como o indicado na embalagem. Expliquei para as "meninas" do que se tratava e todas ficaram muito interessadas em provar.
E não é que gostaram? Apreciaram o sabor da cúrcuma, falaram o quanto esse ingrediente era importante para o organismo, mas ninguém soube dizer onde estava o sabor da mandioquinha!
Talvez eu tenha sonhado demais com aquele sabor, com aquela raiz delicada, com os purês, sopinhas ou simplesmente cozida , amassada no prato na hora de comer, como fazia quando criança. Nostalgia pura.
Mas valeu a experiência, a vontade de repartir o produto daquele pacotinho com um pó que continha talvez uma boa recordação de um sabor que ficou lá atrás....